Por Elvécio
Andrade
Ao longo da história do Brasil, momentos
significativos marcaram a luta por direitos e melhorias sociais, sempre
acompanhados de debates acalorados sobre suas implicações econômicas. Em 1888,
com a abolição da escravidão, o país deu um passo crucial em direção à justiça
social, mas a resistência foi intensa. A direita, temendo impactos negativos na
economia, argumentou que essa mudança traria prejuízos irreparáveis.
Avançando para 1936, a criação do salário
mínimo representou outra conquista importante. Novamente, as vozes contrárias
se levantaram, alertando sobre os riscos que isso poderia trazer para a
estabilidade econômica do país. A retórica de que o salário mínimo
inviabilizaria setores da economia foi amplamente propagada, mas a realidade
mostrou que se tratava de um passo essencial para a dignidade do trabalhador.
Em 1962, o décimo terceiro salário foi
instituído, proporcionando um alívio financeiro e uma forma de reconhecimento
ao esforço dos trabalhadores. Mais uma vez, a direita se opôs, temendo que essa
medida comprometesse o equilíbrio fiscal. E agora, diante da proposta de fim da
escala 6x1, ouvimos os mesmos argumentos, como se o passado não tivesse
ensinado lições valiosas sobre os direitos dos trabalhadores e a importância da
justiça social.
Esses episódios históricos revelam um padrão de
resistência às mudanças que visam promover a equidade e a dignidade. O discurso
de que tais avanços prejudicariam a economia parece ser uma estratégia
recorrente, que ignora o potencial transformador dessas medidas para a
sociedade como um todo. O debate contemporâneo sobre a escala 6x1 é, portanto,
uma continuidade de uma luta antiga, onde a história nos convida a refletir
sobre os verdadeiros interesses em jogo e a necessidade de um compromisso
genuíno com o bem-estar coletivo.
Direita e extrema-direita no Brasil
A relação entre a direita e a extrema-direita
ao longo da história é marcada por uma aliança que frequentemente se coloca
contra os interesses do trabalhador. Ambas as correntes políticas tendem a
priorizar os interesses de grandes empresários e elites, muitas vezes à custa
da classe trabalhadora. Essa união, que se intensifica em momentos de crise
econômica ou social, busca consolidar o poder através de narrativas que
deslegitimam as lutas operárias e os direitos trabalhistas.
Historicamente, não se observa nenhuma
conquista significativa da extrema-direita que tenha beneficiado efetivamente
os trabalhadores. Em vez disso, políticas implementadas por esses grupos
costumam resultar em retrocessos nos direitos trabalhistas, diminuição de
salários, precarização das condições de trabalho e ataques a sindicatos e
movimentos sociais. Essas ações não apenas fragilizam a classe trabalhadora,
mas também reforçam um sistema que perpetua a desigualdade e a exploração.
Assim, é crucial reconhecer que a união entre a
direita e a extrema-direita não representa um avanço para o trabalhador, mas
sim um retrocesso em suas conquistas históricas. A luta por direitos e
dignidade no trabalho deve se opor a essas alianças que visam apenas o
fortalecimento de um sistema que marginaliza e explora. Ainda assim, há muitos
trabalhadores que, talvez por ignorância, falta de estudo ou manipulação
midiática, que se diz de direita.
Elvécio Andrade é radialista,
jornalista, escritor e advogado especialista em direitos Constitucional e
Administrativo
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