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22/11/2024

União de direita e extrema-direita sempre representou retrocesso para o trabalhador

A extrema-direita é o que há de pior na política mundial

Por Elvécio Andrade

 

Ao longo da história do Brasil, momentos significativos marcaram a luta por direitos e melhorias sociais, sempre acompanhados de debates acalorados sobre suas implicações econômicas. Em 1888, com a abolição da escravidão, o país deu um passo crucial em direção à justiça social, mas a resistência foi intensa. A direita, temendo impactos negativos na economia, argumentou que essa mudança traria prejuízos irreparáveis.

 

Avançando para 1936, a criação do salário mínimo representou outra conquista importante. Novamente, as vozes contrárias se levantaram, alertando sobre os riscos que isso poderia trazer para a estabilidade econômica do país. A retórica de que o salário mínimo inviabilizaria setores da economia foi amplamente propagada, mas a realidade mostrou que se tratava de um passo essencial para a dignidade do trabalhador.

 


Em 1962, o décimo terceiro salário foi instituído, proporcionando um alívio financeiro e uma forma de reconhecimento ao esforço dos trabalhadores. Mais uma vez, a direita se opôs, temendo que essa medida comprometesse o equilíbrio fiscal. E agora, diante da proposta de fim da escala 6x1, ouvimos os mesmos argumentos, como se o passado não tivesse ensinado lições valiosas sobre os direitos dos trabalhadores e a importância da justiça social.

 

Esses episódios históricos revelam um padrão de resistência às mudanças que visam promover a equidade e a dignidade. O discurso de que tais avanços prejudicariam a economia parece ser uma estratégia recorrente, que ignora o potencial transformador dessas medidas para a sociedade como um todo. O debate contemporâneo sobre a escala 6x1 é, portanto, uma continuidade de uma luta antiga, onde a história nos convida a refletir sobre os verdadeiros interesses em jogo e a necessidade de um compromisso genuíno com o bem-estar coletivo.

 

Direita e extrema-direita no Brasil

 

A relação entre a direita e a extrema-direita ao longo da história é marcada por uma aliança que frequentemente se coloca contra os interesses do trabalhador. Ambas as correntes políticas tendem a priorizar os interesses de grandes empresários e elites, muitas vezes à custa da classe trabalhadora. Essa união, que se intensifica em momentos de crise econômica ou social, busca consolidar o poder através de narrativas que deslegitimam as lutas operárias e os direitos trabalhistas.

 

Historicamente, não se observa nenhuma conquista significativa da extrema-direita que tenha beneficiado efetivamente os trabalhadores. Em vez disso, políticas implementadas por esses grupos costumam resultar em retrocessos nos direitos trabalhistas, diminuição de salários, precarização das condições de trabalho e ataques a sindicatos e movimentos sociais. Essas ações não apenas fragilizam a classe trabalhadora, mas também reforçam um sistema que perpetua a desigualdade e a exploração.

 

Assim, é crucial reconhecer que a união entre a direita e a extrema-direita não representa um avanço para o trabalhador, mas sim um retrocesso em suas conquistas históricas. A luta por direitos e dignidade no trabalho deve se opor a essas alianças que visam apenas o fortalecimento de um sistema que marginaliza e explora. Ainda assim, há muitos trabalhadores que, talvez por ignorância, falta de estudo ou manipulação midiática, que se diz de direita.

 

Elvécio Andrade é radialista, jornalista, escritor e advogado especialista em direitos Constitucional e Administrativo

 


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