Com dois tiros o
policial civil Ney Côrtes da Silva, lotado na Core (Coordenadoria de Recursos
Especiais), matou uma cadela de sete meses na tarde de segunda-feira, 19, na
frente de seus donos, na maior covardia. A Comissão de Defesa dos Animais da
OAB pediu e conseguiu o afastamento do policial.
O agente do Core
disse em sua defesa que atirou na cachorra Malu
por medo de ser mordido, mas foi desmentido pelos donos do animal, os artistas circenses
colombianos Fabian Sanchez, 22 anos e Mayumi Boletelho Bataches Rodriguez, 21
anos, que estavam com a cadela durante um treino circense.
“Após o almoço
viemos treinar e colocamos as mochilas. Logo o policial surgiu gritando ‘E aí,
seus maconheiros, vocês não podem ficar aí’. Ele veio correndo com a pistola
apontando para nós e os cachorros Malu
e Tormenta, que latiram. Então ele
deu uma coronhada em Tormenta e um
tiro em Malu”.
De acordo com os representantes da OAB, além do afastamento do policial de suas funções concedido pela Polícia Civil, pediu também uma série de medidas contra ele na Corregedoria Interna da Polícia Civil, e a instituição já garantiu que está apurando tudo com rigor. “Esse policial é um monstro”, disse uma testemunha.
Nesta quarta-feira, 21,
Reinaldo Veloso, presidente da Comissão de Defesa dos Animais da OAB/RJ foi à 18ª DP conversar com o delegado Moysés Santana. “Um ser humano desses não
pode continuar tendo porte e posse de arma de fogo. Por isso pedimos que ele seja
impedido de continuar usando armamentos”.
“Vamos exigir que sejam apurados
todos os fatos, vamos ser assistentes de acusação e ele terá que provar que o
animal avançou sobre ele. Isso foi um crime ambiental e terá que pagar por isso”,
disse Reinaldo. Testemunhas informaram que o policial atirou contra o animal
pelo simples prazer de matar.
Reinaldo Veloso
destaca que ao dar mais de um tiro o policial civil teve a intenção de matar e
não de se defender. “Ele matou um ser vivo. Então, queremos que ele seja
indiciado. Um ser humano desses não pode ficar com armas. Foi um crime covarde
e não pode ficar impune”, enfatizou Reinaldo.
O presidente da
Comissão de Defesa dos Animais da Câmara Municipal, vereador Luiz Ramos Filho
também se manifestou dizendo que acompanhará as investigações e também solicitará
medidas duras contra o policial. “Mais uma covardia contra um pobre animal, que
não pode se defender”, disse ele.
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