Traficantes evangélicos do Rio de Janeiro,
considerado o Afeganistão brasileiro, estão expulsando pais, mães e filhos de
santo dos morros e proibindo procissões católicas. Segundo a polícia, os
traficantes evangélicos não toleram a “macumba” e em virtude disso estão
impondo o terror e expulsando para valer.
Segundo informações, terreiros, roupas brancas
e adereços que denunciassem a crença já haviam sido proibidos na região
conhecida como Morro do Amor, no Complexo de Lins. Essa proibição fazia com que
uma mãe de santo saísse da favela rumo a seu terreiro, na Zona Oeste, com as
roupas brancas na bolsa.
Na semana passada ela se descuidou e esqueceu a
roupa branca no varal e uma semana depois foi expulsa da favela com a ordem de
nunca mais voltar, sob pena de ser morta para servir de exemplo para os demais
pais e mães de santos. “Lá ser do candomblé é proibido e muito perigoso”, disse
a mãe de santo.
Ela contou que no Morro do Amor não mais existem
terreiros e quem pratica a religião, o faz de modo clandestino, correndo o
risco de ao ser descoberto sofrer as consequências. “E não é só o candomblé que
sofre a intolerância religiosa. Católicos também estão sendo perseguidos pelos
traficantes evangélicos”.
A afirmação é de uma mãe de santo que pede para
não ser identificada. Segundo ela, a ordem é coibir quaisquer manifestações
religiosas que não sejam evangélicas. “Os traficantes evangélicos, que recebem
apoio das igrejas evangélicas, estão impondo o terror contra as nossas
religiões”, reclama ela.
Cerca de 40 pais, mães e filhas de santo já
foram expulsos das favelas da Zona Norte do Afeganistão brasileiro pelos
traficantes gospel, que fecharam terreiros, e proibiram usar colares afros e
roupas brancas, segundo afirmou a Associação de Proteção dos Amigos e Adeptos
do Culto Afro Brasileiro e Espírita.
Ainda de acordo com a referida associação, um
dos mais conhecidos traficantes do Morro do Dendê, Fernando Gomes de Freitas, o
Fernandinho Guarabu, passeia pela
favela com tatuagens com o nome de Jesus Cristo e tem bíblias espalhadas pela
casa inteira. “É uma verdadeira guerra santa contra nós”.
E nessa perseguição religiosa incessante, quem
leva a pior são os moradores, que têm que conviver com o morro dominado por ele
e os muros preenchidos com dizeres bíblicos. Os 10 terreiros que funcionavam no
local deixaram de existir. Tudo isso ocorre sem que a polícia aja no sentido de
proteger as vítimas.
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