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25/11/2024

O Brasil e o abismo da ditadura: Uma reflexão sobre riscos corridos pela democracia em 22

Braga Neto e Bolsonaro arquitetaram o golpe

Por Elvécio Andrade

 

A recente descoberta de um plano para assassinar figuras-chave da política brasileira, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, evidenciou o quão próximo o Brasil esteve de um golpe de Estado. Caso tal conspiração tivesse se concretizado, o país teria entrado em um período sombrio de repressão, violência e autoritarismo, que sepultaria décadas de construção democrática. O Brasil nunca esteve tão próximo de um rompimento violento com a democracia e de um retrocesso institucional de proporções devastadoras

 

Caso o golpe tivesse sido bem-sucedido, os pilares fundamentais da democracia brasileira teriam sido destruídos. A imprensa seria censurada, impedindo a circulação de informações críticas ao regime. O Congresso Nacional seria fechado, extinguindo a representação popular e permitindo decisões arbitrárias e autoritárias. Ministros do STF seriam depostos e presos, desmantelando o Judiciário como guardião da Constituição. Além disso, adversários políticos seriam perseguidos, encarcerados, e muitos poderiam ser submetidos a torturas, execuções ou desaparecer sob a sombra do novo regime.

 

O governo de Jair Bolsonaro e de sua família, marcada por atitudes hostis à democracia, teria encontrado no golpe a oportunidade perfeita para consolidar um projeto de poder autoritário, se transformando em uma espécie de Nicolás Maduro, ditador da Venezuela. Com liberdade para saquear os cofres públicos, poderiam fechar emissoras críticas e suprimir qualquer oposição. Escândalos como o roubo das joias pertencentes ao Estado seriam abafados e jamais viriam à tona.

 


De acordo com as investigações, a execução de Lula, Alckmin e Moraes estava marcada para o dia 15 de dezembro de 2022. A operação seria realizada por militares pertencentes a missões especiais, conhecidos como Kids Pretos, sob o pretexto de garantir a ordem pública. A estratégia sublinhava o uso da força militar para legitimar ações criminosas contra o Estado Democrático de Direito.

 

Felizmente, o plano foi descoberto antes de ser executado. Muitos dos responsáveis pela conspiração estão presos, o que demonstra a resiliência das instituições brasileiras em proteger a democracia. No entanto, o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, acusado de ser o líder desse movimento golpista, e vários deputados do PL (Partido Liberal), que supostamente financiaram e incentivaram a tentativa de golpe, continuam em liberdade. Essa impunidade levanta uma questão inquietante: até quando os responsáveis pela tentativa de destruir a democracia brasileira ficarão impunes?

 

O episódio destaca a importância de mantermos vigilância constante e fortalecer as instituições democráticas para evitar que situações semelhantes se repitam. É essencial que a Justiça seja aplicada de forma imparcial, garantindo que todos os envolvidos sejam responsabilizados. A democracia brasileira resistiu a um ataque significativo, mas é preciso lembrar que ela não é indestrutível. A luta pela preservação do Estado Democrático de Direito deve ser contínua e incansável.


Elvécio Andrade é radialista, jornalista, escritor e advogado especialista em direitos Constitucional e Administrativo

 


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