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Hoteis tradicionais fechando em BH (Foto: Tiago Fonseca) |
Mais de duas mil operárias do sexo deixarão de
prestar seus serviços em Belo Horizonte/MG, uma vez que estão impedidas de trabalhar
por causa do distanciamento social imposto pelo surto de Coronavírus. Muitas
delas sofrem também com o fechamento dos hotéis do baixo centro, onde residem e
atendem.
Elas atuam em 28 hotéis da capital mineira,
segundo números repassados pela Aprosmig (Associação de Prostitutas de Minas
Gerais). As prostitutas temem que, com o distanciamento social imposto pelo Coronavírus,
o destino de muitas delas seja virar moradoras de rua, haja vista que não
possuem outras rendas.
As operárias do sexo não têm apoio da prefeitura,
que ainda não sabe o que fazer diante da situação. Um dos poucos auxílios que estão
conseguindo vem de ONGs, coletivos e pastorais, que temem que a precariedade
imposta ao baixo meretrício de Belo Horizonte contribua para o agravamento do
surto do vírus.
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Operárias do Sexo em desespero |
Fundadora do Coletivo Clã das Lobas, Fátima
Muniz afirmou que já são vistas como veículos de doenças e não querem reforçar
ainda mais essa “marca tão ruim”. O Coletivo Clã das Lobas promove ações
culturais, d e saúde, além de assessoria jurídica para as operárias do sexo da
capital mineira.
A entidade, segundo Fátima, conseguiu uma casa
para alojar prostitutas que por ventura perderem a vaga em quartos alugados. “A
lotação máxima da residência, no entanto, se restringe a apenas 50 mulheres, o
que não é suficiente para atender à grande demanda, que aumenta a cada dia”,
salienta Fátima Muniz.
Flávio Dornas, proprietário do Magnifico Hotel,
tradicional na Rua Guaicurus, disse que ajudou a mobiliar a casa, e fez doações
de mantimentos e produtos de higiene para o local. Disse, ainda, que optou por
fechar 52 apartamentos de seu estabelecimento, mas não vai dispensar
funcionários e nem reduzir salários.
O hoteleiro tinha plano de fechar o hotel desde
domingo, para garantir a segurança das meninas (que aluga os quartos), além dos
funcionários e pessoas que frequentam o hotel. “Ainda há seis garotas aqui, mas
duas estão voltando para o interior e as outras serão encaminhadas para o Clã
das Lobas”, disse ele.
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