Pessoas arriscam a vida por causa de R$ 600,00 |
Coincidência ou não, os casos de Coronavírus
confirmados começaram a acontecer em Barra de São Francisco, no Noroeste do
Espírito Santo, assim que começaram as filas quilométricas na Caixa Econômica
Federal para retirada do auxílio emergencial do Governo Federal, feita sem nenhum
critério.
Centenas e centenas de pessoas se acumulam na
fila sem manter a devida distância, e tudo isso ocorre sem que haja uma
fiscalização por parte dos órgãos responsáveis pela área de saúde pública. Pessoas
chegam a dormir na fila para tentar retirar a mísera ajuda governamental no dia
seguinte.
Em Barra de São Francisco a fila se inicia na
entrada da Caixa Econômica, atravessa a Rua Danton Bastos e se estende além do
Biroskão, composta por pessoas de vários bairros e distritos, que no afã de
retirar a minguada ajuda, não tomam as devidas medidas protetivas, criando o
risco de contaminações.
A aglomeração ocorre todos os dias, mas não há
intervenção da polícia, que age implacavelmente contra bares, onde pessoas
ficam em mesas distantes umas das outras, sem colocarem em risco pessoas no
estabelecimento. O espaço entre as mesas é bem mais seguro que o utilizado nos
supermercados.
O distanciamento social não é respeitado |
Donos de bares da cidade, que precisam
sobreviver e pagar suas contas no final do mês, reclamam da atuação fora da
razoabilidade por parte da polícia. “Muitos bares funcionam ao ar livre e as
mesas ficam distantes umas das outras. Não há razão para essa ação da polícia”,
disse um dono de bar.
Outro dono de bar também reclama da ação da
polícia e faz um questionamento: “Por que os supermercados podem ficar lotados
de pessoas o dia todo e nós, que precisamos trabalhar para tratar de nossas
famílias não podemos? Afinal, há mais segurança em um bar que no supermercado”.
Para a médica e pesquisadora Margareth
Dalcomo, essas filas são um desastre e deveriam estar sendo organizadas com a
distância necessária de uma pessoa para outra para evitar exposição a um risco
maior. “E quando falo em risco maior, não estou falando de pessoas idosas”,
enfatiza a médica.
Prosseguindo, a médica completa: “Falo de
pessoas mais jovens, que acham que por serem mais jovens não se contaminarão. O
risco que elas correm é igual ao de qualquer outra pessoa, até porque, no
Brasil essa doença rejuvenesceu e está sendo uma doença de jovens”, conclui a
médica.
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