Marilza agia até sem mandado judicial, segundo o MPES |
A conselheira tutelar Marilza da Silva
Batista, de Ecoporanga, no Noroeste do Espírito Santo, foi afastada de suas
funções pela prática de várias irregularidades, como retirada arbitrária de
crianças e adolescentes de seus pais, além de induzir menores a denunciar
práticas de abusos sexuais.
Marilza Batista foi denunciada pelo
Ministério Público por meio de uma ACP (Ação Civil Pública) por condutas incompatíveis
ao exercício da função. Os pedidos da ação foram acolhidos pela justiça e o
magistrado determinou, liminarmente, o afastamento imediato da conselheira de
seu cargo.
A conselheira, segundo destacou o Ministério
Público na ação, “apresenta postura antiética, antissocial, desrespeitosa e
descumpridora das normas e hierarquias”. Ainda segundo o MP, ela retirou
crianças e adolescentes de seus genitores para uma casa de passagem sem ordem
judicial e sem risco efetivo.
Outros conselheiros, segundo apurado pelo
Inquérito Civil, participaram dessa prática fora dos casos previstos no ECA
(Estatuto da Criança e do Adolescente) e estão sendo investigados. Caso se
confirme a participação, eles deverão também serem afastados de seus cargos e
penalizados pelo ato.
Na ação do MP, a conselheira é acusada de
induzir adolescentes a denunciarem práticas de abusos sexuais e encaminhamento
para exames de conjunção carnal de forma infundada, sendo que tais fatos,
segundo o MP, vem ocorrendo desde o primeiro mandato do cargo de conselheira
tutelar.
O afastamento imediato e sem efeitos
financeiros da conselheira Marilza foi determinado pelo juiz Bruno Fritoli
Almeida, com base nas acusações e provas apresentadas pelo Ministério Público.
Na decisão, o magistrado determinou a convocação imediata do suplente, cujo
nome não foi informado à imprensa.
De acordo com um pai de adolescente que
prefere não se identificar por motivos óbvios, a conselheira Marilza agia com
arbitrariedade, não respeitava ninguém e parecia uma ditadora. “Ela atuava como
se fosse policial. Era agressiva, não ouvia ninguém e fazia o que bem queria e
entendia”, disse ele.
Concluindo, ele disse que Marilza tinha
domínio sobre os demais conselheiros, que talvez por medo, apoiavam a sua
atitude ditatorial. “Ela era tão prepotente e arrogante, que enfrentava até o
prefeito da cidade. Acredito que nem mesmo o Ministério Público, com o qual
trabalhava em conjunto, ela respeitava”, finaliza.
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