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04/09/2023

Pastores bolsonaristas mantinham campos de concentração onde dopavam e torturavam

Pastores bolsonaristas Suelen e Ângelo Klauss

A pastora (?) Suelen Klauss foi presa e seu marido, o pastor Ângelo Klauss, fugiu, mas já se entregou à polícia. O casal é acusado de manter campos de concentração em Goiás, onde colocavam dependentes químicos, deficientes mentais e idosos. 50 pacientes com idades entre 14 e 96 anos foram resgatados.

 

Os dois, que são pastores da Igreja Batista Vida Nova, são responsáveis pela Clínica Amparo Centro Terapêutico, para onde levavam as vítimas sob promessa de tratamentos. Entretanto as vítimas não recebiam tratamento médico e ficavam nas mãos de poucos funcionários. O casal mantinha distância dos internos.

 

O resgate das vítimas aconteceu na terça-feira, 29 e cinco vítimas relataram a rotina de torturas e humilhações à qual eram submetidas na instituição, que funcionava em uma chácara na Zona Rural de Anápolis. Segundo as testemunhas, pacientes com deficiência eram considerados mais problemáticos.

 

Local onde os internos dormiam

Por causa disso eram amarrados, levavam banhos de água gelada, tinham suas roupas arrancadas e ficavam nus, como forma de castigo. Também, segundo as informações das testemunhas, ocorriam agressões físicas e verbais, inclusive com ameaças. O caso está sendo investigado pelo delegado Manoel Vanderic.

 

Um interno contou que o autista conhecido como Dudu era amarrado e agredido pelos monitores. “Eles amarravam o autista e tacavam remédio nele à força”, disse o interno. Outro interno, dependente químico, disse que ficou três dias dopado depois de tomar medicamento sem a adequada prescrição médica.

 

Além da pastora (?), quatro pessoas que trabalhavam no local também foram detidas. Suelen nega ter conhecimento das torturas e diz que era apenas uma funcionária administrativa. O pastor Ângelo conseguiu fugir se embrenhando em um matagal assim que a polícia chegou ao estabelecimento, mas já se entregou.

 


Os internos ficavam trancados nos quartos entre as 19h e as 08h, dividiam o quarto com 20 pessoas que usavam o mesmo banheiro, com vaso sanitário entupido e cheiro insuportável. As refeições eram sempre um pedaço de cuscuz e chá no café da manhã. O almoço era a base de arroz, macarrão e salsichas.

 

A reclamação era de que raramente havia carne vermelha e os internos apanhavam para não se manifestarem, não reclamarem da comida, na maior parte das vezes, vencida, segundo informou o delegado. A descoberta do campo de concentração chefiado pelo casal de pastores ocorreu por uma denúncia.

 

Os familiares dos pacientes pagavam mensalmente R$ 1,3 mil ao casal de pastores, mas só podiam falar com os internos após 30 dias do início da internação, ainda assim com acompanhamento do pastor Ângelo, para evitar que os internos contassem aos seus familiares a péssima condição do tratamento.

 


Um dos internos relatou que na clínica faltavam fraldas e os idosos permaneciam em lençóis molhados de urina ou faziam suas necessidades em garrafas de plásticos. Os que não conseguiam fazer sua própria higiene pessoal, acabavam fazendo as necessidades nas roupas e não havia ninguém para ajuda-los.

 

Um dos internos tinha um ferimento no antebraço com infecção. Ele disse que não houve atendimento médico e que foi orientado a usar apenas uma pomada. As pessoas resgatadas foram levadas para o Ginásio de Anápolis para uma triagem e nove idosos foram hospitalizados por infecções graves e desnutrição.

 

De acordo com o delegado Manoel Vanderic, o casal de pastores tinham outros estabelecimentos que também estão sendo investigados. Em uma segunda chácara deles, que também funcionava clandestinamente, foram resgatadas 43 pessoas na sexta-feira, 01. Dois empregados fugiram, e já foram identificados.

 


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