A assessoria de imprensa do 11º BPM (Batalhão de
Polícia Militar) de Barra de São Francisco, no Noroeste do Espírito Santo, passa
informações de ocorrências para a imprensa em um grupo criado para esse fim,
mas esconde tudo, desde os nomes das vítimas, à identificação dos delinquentes
presos.
A mais recente informação da assessoria de
comunicação é de que um dos autores dos últimos assassinatos ocorridos na
cidade foi preso numa ação das polícias civil e militar. Entretanto, a assessoria
além de esconder da sociedade o nome do criminoso, também não diz de qual crime
o bandido preso foi o autor.
Apesar da ótima ideia de interação com a imprensa,
numa forma deixar a sociedade a par dos fatos e prestar conta do trabalho da
polícia, a forma de prestação de informação é equivocada, pois o responsável
por repassar a informação, esconde os fatos importantes, como os nomes de
autores e vítimas.
O trabalho de assessoria de imprensa não pode ser
feito por amadores. O comando do 11º BPM deveria contratar um jornalista para
essa função, ou treinar alguém da corporação para aprender que uma informação
para a imprensa tem no mínimo que responder às perguntas: quem, quando, como,
onde é porque.
Uma assessoria de imprensa não pode seguir o ridículo
entendimento de que a divulgação do nome do criminoso é abuso de autoridade, já
que o artigo 13 da Lei Federal nº 13.869/19 diz que abuso de autoridade é
obrigar o indivíduo a tirar fotos ou constrange-lo, como ocorre em muitas
delegacias. Esconder o nome do bandido é privilegiar o interesse particular, em
detrimento do interesse público.
E o interesse público, segundo a Constituição
Federal de 1988, é o que tem que prevalecer sempre. Além do mais, a omissão de
divulgação do nome de criminosos, coloca a sociedade em perigo, pois esse indivíduo
pode causar mais danos a pessoas, que por não saber quem ele é, ficam totalmente
desprotegidas.
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