Por Elvécio
Andrade
Historicamente, a relação entre a
extrema-direita e os trabalhadores tem sido marcada pela exploração e pela
busca incessante de controle. Desde os tempos mais remotos, o trabalhador foi
visto pelas elites — sejam empresários gananciosos, políticos de direita ou aristocratas
— como uma ferramenta a ser utilizada e descartada. Essa visão reducionista,
que trata o trabalhador como um objeto de pouco valor, sempre esteve na base
das estruturas autoritárias e conservadoras defendidas pela extrema-direita.
A luta por direitos
A história mostra que todos os direitos que
hoje os trabalhadores possuem — desde a jornada de trabalho regulamentada até
férias remuneradas e descanso semanal — foram fruto de lutas árduas. Essas
conquistas vieram a duras penas, enfrentando resistência feroz da elite
econômica e de seus representantes políticos. Muitas vezes, os trabalhadores
que ousaram reivindicar condições melhores foram tratados como inimigos do
sistema, perseguidos e até violentados.
É um erro comum acreditar que a direita contribuiu
para essas conquistas. Na verdade, a direita muitas vezes se posicionou como
obstáculo, cedendo apenas quando pressionada pela organização dos trabalhadores
ou por crises sociais insustentáveis.
A escala 6x1 e a hipocrisia atual
Um exemplo atual dessa luta é o debate sobre o
fim da escala 6x1, que obriga o trabalhador a trabalhar seis dias consecutivos
antes de ter um dia de descanso. Enquanto a maioria dos trabalhadores cumpre
jornadas exaustivas, políticos da extrema-direita e empresários, que desfrutam
de regimes de trabalho confortáveis e salários astronômicos, posicionam-se
radicalmente contra qualquer mudança que beneficie os empregados.
É curioso observar a hipocrisia dessa postura.
Aqueles que operam no regime 3x4 (três dias de trabalho por semana, quatro dias
de descanso) — sem mencionar os privilégios como carros oficiais, verbas de
gabinete e aposentadorias especiais — não hesitam em exigir sacrifícios
desumanos de quem recebe uma fração ínfima de seus salários.
A contradição dos trabalhadores de direita
Uma questão intrigante é a presença de
trabalhadores, muitos deles operários braçais, que se declaram apoiadores da
direita e, paradoxalmente, de políticas que vão contra seus próprios
interesses. Essa adesão pode ser explicada por fatores como desinformação,
manipulação midiática ou a falsa promessa de ascensão social. A retórica da
extrema-direita muitas vezes apela a valores conservadores ou nacionalistas,
desviando o foco da exploração econômica que perpetuam.
A luta dos trabalhadores contra a exploração é
uma batalha contínua. Enquanto a extrema-direita e seus aliados econômicos
buscam preservar seus privilégios às custas do bem-estar da maioria, cabe aos
trabalhadores se organizarem, questionarem narrativas manipuladoras e exigirem seus
direitos.
A história mostra que a mudança só ocorre por
meio da resistência coletiva e da solidariedade entre as classes trabalhadoras.
É essencial lembrar: os direitos de hoje são frutos da luta de ontem e só serão
mantidos pela vigilância constante contra aqueles que os querem destruir.
Elvécio Andrade é radialista, jornalista, escritor e advogado especialista em direitos Constitucional e Administrativo
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