Por: Elvécio
Andrade*
Em meio a crescentes índices de violência
doméstica, a Lei Maria da Penha, sancionada em 2006 para proteger mulheres em
situação de risco, enfrenta críticas sobre sua efetividade. Apesar de ser um
marco legal importante, especialistas apontam que a lei, sozinha, não tem
conseguido garantir a segurança das mulheres, evidenciando a necessidade
urgente de uma reavaliação nos mecanismos de proteção.
Um dos principais problemas enfrentados é a
falta de um pulso firme por parte das autoridades policiais. Muitas mulheres
que procuram ajuda, muitas vezes se deparam com um sistema burocrático lento e,
em alguns casos, com a indecisão dos policiais em agir de forma eficaz. As
denúncias não são tratadas com a devida seriedade, o que gera um sentimento de
insegurança e impunidade.
Além disso, há um alarmante cenário nas
decisões judiciais. Vários juízes negam pedidos de medidas protetivas,
fundamentais para garantir a segurança imediata das vítimas. Essa recusa não
apenas perpetua o ciclo de violência, mas também envia uma mensagem
desalentadora para outras mulheres que podem estar relutantes em denunciar
abusos.
Foi o que aconteceu recentemente em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, onde Marilene da Cruz Silva Borcate, 44 anos, foi assassinada a tiros pelo ex-companheiro, quando saía para o trabalho. Ela já havia registrado vários BOs (Boletins de Ocorrências) contra ele em vão, e solicitou até uma medida protetiva, mas o juiz a negou e ela acabou morta.
Organizações de defesa dos direitos das mulheres
estão se mobilizando para exigir mudanças. A necessidade de capacitação
contínua das forças de segurança e do sistema judiciário é evidente. A
implementação de políticas públicas que realmente considere a experiência das
mulheres em situação de violência é essencial para transformar a realidade que
vivenciam.
A Lei Maria da Penha ainda é uma ferramenta
crucial na luta contra a violência, mas sua efetividade depende de um
comprometimento coletivo das autoridades para garantir que seja aplicada de
forma adequada e sensível às necessidades das mulheres. A sociedade não pode se
calar diante das falhas do sistema e deve continuar a lutar pela proteção e pelos
direitos das vítimas de violência doméstica
*Elvécio
Andrade
é radialista, jornalista, escritor e advogado especialista em direitos
Constitucional e Administrativo
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