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Conselheira Ivana viu impacto negativo na iniciativa do TJES |
A OAB/ES marca o primeiro ponto na queda de braços que trava com o TJES
(Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo), com a decisão do CNJ
(Conselho Nacional de Justiça) de suspender liminarmente os efeitos das resoluções
13 a 33/2020, que fazia a integração de várias comarcas do Estado.
A decisão do CNJ atende pedido da OAB/ES, que alegou não ter participado
da sessão que determinou a integração das comarcas, e que com a não participação
do órgão, o TJES afastou a possibilidade de a sociedade civil contribuir com o debate,
e a impossibilitou de exercer controle finalístico do ato.
Em sua decisão, a conselheira Ivana Navarrete Pena entendeu que a
iniciativa adotada pelo Tribunal de Justiça teria um evidente impacto imediato
sobre as vidas de magistrados, servidores, membros do Ministério Público,
advogados privados e públicos, e inúmeros municípios e cidadãos neles
residentes.
A vitória foi comemorada por Raony Scheffer, presidente da 5ª Subseção
da OAB/ES, de Barra de São Francisco, no Noroeste do Espírito Santo, primeiro
representante da classe a se insurgir contra a decisão do TJES, tendo inclusive
realizado manifestação pública em defesa da manutenção das comarcas.
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Raony foi o primeiro a se insurgir contra a decisão |
Ele, com apoio de colegas da região, ajudou a
organizar um ato público no Município de Água Doce do Norte/ES, onde
participaram advogados, presidente estadual da OAB/ES, diversas lideranças
políticas e representantes de movimentos sociais, com discursos e carreata
demonstrando a insatisfação.
O pioneirismo de Água Doce do Norte contribuiu
para a realização de outras manifestações Estado afora. Raony destaca que a OAB
é contra qualquer extinção ou integração de comarcas e enfatizou que a decisão
do TJES é um retrocesso sem qualquer precedente no sistema do Poder Judiciário
capixaba.
“O fechamento de fóruns caracteriza uma verdadeira
falta de respeito com a advocacia e, sobretudo, para com os cidadãos. Nós temos
é que percorrer o caminho inverso. A justiça tem que chegar onde está quem mais
dela necessita, e não os menos favorecidos ir até ela”, salienta o presidente da
OAB Regional.
Ele acrescenta que o TJES está tentando fazer economia
de maneira equivocada, penalizando pessoas pobres. “Em vez de fechar comarcas,
o TJES deveria cortar na própria carne, em cima de altos salários e benefícios
para juízes e desembargadores, e não em prejuízo do mais carente”, acrescenta.
Para Raony, a integração das comarcas não reduzirá
despesas, pois os gastos com pessoal não serão inalterados. “A liminar chegou a
tempo, mas nossa esperança é que o mérito seja decidido de forma definitiva em
favor da OAB”, finaliza ele, destacando que a luta continua até reverter definitivamente
o quadro.
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