Policiais militares do Espírito Santo
assassinaram com mais de 40 disparos de armas de fogo um jovem de 20 anos, em
Colatina, no Noroeste capixaba. A vítima se trata do vistoriador de veículos
Danilo Lipaus Matos. Ele foi morto na noite de sexta-feira, 31, no Bairro
Aeroporto, durante uma abordagem policial.
Ao todo foram disparados 44 tiros contra o veículo
do jovem, sendo 15 pelo sargento Renan Pessimílio, 15 pelo soldado Eduardo
Nardi Ferrari, 12 pelo cabo Rodrigo de Jesus Oliveira e dois pelo soldado Ramon
Lucas Rodrigues Souza. O único que não fez disparos foi Guilherme Martins,
porque estava na Viatura.
Todos os envolvidos no assassinato foram
afastados de suas funções pela Sesp (Secretaria de Estado da Segurança Pública
e Defesa Social) e a Corregedoria da Polícia Militar determinou a instauração
de IPM (Inquérito Policial Militar). Haverá, também, investigação rigorosa pelas
polícias Civil e Científica, com acompanhamento do Ministério Público em todas
as apurações do assassinato.
Da ocorrência registrada no dia do fato consta que
o Fiat Strada dirigido por Danilo estava em fuga após ignorar uma ordem de
parada dada pelos policiais. Consta ainda, que os policiais receberam
informações via rádio de que os ocupantes poderiam ser indivíduos que estavam
em fuga em uma caminhonete roubada, e que a pessoa que estava no banco do
passageiro, portava arma.
Depois de Danilo morto, os policiais realizaram
várias vistorias no veículo e nenhuma arma foi encontrada, apenas a CNH
(Carteira Nacional de Habilitação) do jovem e aparelhos de celulares. A forma
pela qual os policiais atiraram contra o veículo do jovem sem sequer ter
certeza de que nele havia criminosos, causou revolta, principalmente nas redes
sociais, destacando o despreparo da polícia.
Um cidadão que pede para não ser identificado
por medo de represália, disse que a Polícia Militar é uma instituição falida no
Brasil. “A manutenção de uma polícia militarizada pela Constituição Federal de
88 foi um erro grave, e agora quem paga por esse erro é a população. Polícia
Militar é coisa de país ditatorial. Não dá para conviver pacificamente
democracia e Polícia Militar”, enfatizou ele.
Acrescenta o cidadão, que a Polícia Militar é
seletiva, preconceituosa e se envolve em política, prejudicando a sua atuação. “Desde
a sua origem que a Polícia Militar serviu de vassalo da elite dominante. E isso
acabou criando um sério problema para a sociedade, já que, como se vê todos os
dias pela imprensa, a Polícia Militar virou uma máquina de exterminar inocentes”,
concluiu.
Este não é um caso isolado de policiais militares
matando indefesos a tiros em Colatina. No dia 18 de outubro de 2019, policiais militares mataram com 11 tiros o cidadão Walter Almeida Santos, 41 anos, dentro da Delegacia Regional, sob alegação de que ele havia tentado agredir um policial civil com uma telha e um pedaço de pau, que ninguém sabe o que tais objetos faziam na delegacia.
Walter tinha sido preso na madrugada, sob acusação
de causar lesões corporais na companheira e no filho, que foram atendidos no
hospital de São Gabriel da Palha. Na ocasião, mesmo diante da situação de
superioridade dos policiais contra a vítima, a Sesp (Secretaria de Estado de
Segurança Pública) disse em nota que os policiais agiram em legítima defesa. Até
hoje ninguém foi punido.
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