Há um ditado popular segundo o qual “quem caça,
acha”. E foi justamente o que aconteceu com o singapuriano Tangaraju Suppiah,
46 anos, que foi executado por enforcamento na quarta-feira, 26, em Singapura,
por tentar traficar um quilo de maconha. O país ignorou os apelos
internacionais de clemência para ele.
O Escritório de Direitos Humanos da ONU
(Organização das Nações Unidas) para Singapura solicitou ao país que
“reconsiderasse com urgência” a execução, mas foi tudo em vão. Tangaraju foi
executado no complexo prisional de Changi, depois de ter sido condenado à morte
em 2017 por conspiração de tráfico.
A defesa do singapuriano chegou a recorrer da
sentença de morte, mas ela foi mantida pelo Tribunal de Apelações. ONGs de
defesa dos direitos humanos afirmaram que o caso apresentava várias dúvidas e
que as evidências estavam longe de serem claras, pois ele nunca havia tocado na
maconha do crime.
Afirmam ainda as ONGs que o prisioneiro foi
interrogado pela polícia sem a presença de um advogado e teve o acesso negado a
um tradutor de tâmil, quando pediu um. Afirmam, também, que o enforcamento “provoca
sérias preocupações de que Singapura esteja iniciando uma nova onda de
execuções para esvaziar seu corredor da morte, em um esforço de dissuasão
equivocado”.
Ming Yu Hah, vice-diretora regional da Anistía
Internacional, citou “muitos erros”, no caso e disse que a execução demonstra
“grande fracasso da obstinação de Singapura em adotar a pena capital”. Na
segunda-feira, 24, o magnata britânico Richard Branson, membro da Comissão
Global sobre Política de Drogas, pediu reconsideração da execução ao governo de
Singapura, sem obter sucesso.
Na sua opinião o caso está baseado em presunções. O
Ministério do Interior do país disse na terça-feira que a culpa do réu foi
provada além de qualquer dúvida razoável, e que os dois telefones celulares que
os promotores afirmaram pertencer ao condenado, foram usados para coordenar a
entrega das drogas.
A maconha foi legalizada em várias partes do mundo,
incluindo a Tailândia, mas Singapura mantém uma das leis antidrogas maias
rígidas do planeta e garante que a pena capital funciona como um impedimento
eficaz ao narcotráfico. O alto comissariado da ONU para os Direitos Humanos diz
que essa crença é um mito.
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