Considerada a cidade mais barulhenta do
Espírito Santo, Barra de São Francisco, localizada no Noroeste capixaba, vem se
superando a cada dia em termos de poluição sonora. Como se não bastassem os
barulhentos carros de som, agora a moda é lojas e farmácias colocarem caixas de
sons nas portas.
Como cada loja coloca o seu som, provoca uma
guerra sonora infernal, com músicas de péssimo gosto, o que muitas vezes
expulsa o cliente, que não suporta tanta bagunça e prefere passar longe do
estabelecimento. A rainha da poluição sonora é a loja Sipolatti, cuja caixa de
som fica ligada o dia inteiro.
Para o autônomo José Carlos Correia, essa
barulheira toda na cidade tem consequências graves e uma delas é no crescimento
no número de pessoas que precisam se submeter a tratamentos psiquiátricos. “Não
tem cabeça que resiste a essa barulheira do inferno com qual vivemos nessa
cidade”, reclamou ele.
Ele acrescenta que além do número enorme de
pessoas com problemas psiquiátricos existentes na cidade, há também outras
consequências, como o alto índice de surdez e de pessoas com zumbidos nos
ouvidos. “Viver em Barra de São Francisco é uma aventura desagradável. Um
verdadeiro inferno”, disse.
Para piorar a situação, existem na cidade
alguns motoqueiros barulhentos que não respeitam nada e nem ninguém com suas
motos com canos de descargas fraudados. O único que combatia esses malfeitores
do som era o sargento Farias. Depois que ele foi eleito vereador, os
motoqueiros fazem o que querem.
Tudo isso sem falar em algumas igrejas
evangélicas que extrapolam o seu direito e penalizam as pessoas que são
obrigadas a ouvir a baderna que se desenrola em seus interiores, com pastores e
mulheres de vozes cavernosas gritando desesperadamente como loucos, sem levar
em conta que Deus não é surdo.
“Eu tenho uma casa perto de uma dessas igrejas
malditas. Mudei de lá porque não suportava tanta gritaria e aluguei para
terceiros. Já é o quarto inquilino, pois ninguém consegue morar próximo da
igreja. O barulho é demais e a polícia, quando a gente pede providências, nada
faz”, disse o morador Alberto Cruz.
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