Há um velho ditado que diz: “Macaco que muito
mexe quer chumbo”. E foi justamente o que aconteceu com o deputado estadual do
PL do Espírito Santo, bolsonarista capitão Assunção. Ele foi preso pela Polícia Federal na
noite de quarta-feira, 28, e levado para a sede da Polícia Federal, situada em
Vila Velha, Grande Vitória.
A sua prisão foi determinada pelo ministro do
STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Morais, em atendimento a pedido do
Ministério Público do Espírito Santo feito em janeiro de 2023, por descumprimento
de medidas cautelares. Ele, que usa tornozeleira eletrônica, chegou a tirar o
aparelho durante um discurso.
Capitão Assunção foi levado ao DML
(Departamento Médico Legal) de Vitória para passar por exames, depois de
prestar depoimentos em São Torquato. Em seguida foi para o quartel da Polícia
Militar em Maruípe, Vitória, onde passou pela corregedoria da PM e logo depois
levado para uma cela do Presidio Militar.
O deputado militar é investigado nos atos
terroristas de 08 de janeiro de 2023 e por várias vezes desrespeitou as medidas
cautelares, numa tentativa de dar uma demonstração de que está acima da lei.
Inclusive tirou a tornozeleira em sessão da Assembleia Legislativa e ainda bateu
o aparelho sobre a mesa, com deboche.
Ele chegou a ser expulso da corporação durante
o governo de Paulo Hartung por incentivar greve da Polícia Militar, mas foi anistiado
pelo atual governador Renato Casagrande e reintegrado à corporação. Desde então
se tornou ferrenho inimigo do governador que o trouxe de volta para os quadros
da Polícia Militar.
O capitão responde pela morte do motociclista Ernani Gomes da Silva, que seguia pela rodovia que liga Barra de São Francisco a
Ecoporanga, ambos no Noroeste capixaba, quando foi atingido pelo veículo do
capitão Assunção e atirado do outro lado da rodovia. Até o momento o caso não
foi a julgamento.
O choque foi tão violento, que a moto da vítima
foi parar do outro lado da rodovia. Apesar de estar com a CNH vencida desde
junho de 2017, dirigindo em alta velocidade um carro da Assembleia Legislativa em
pleno recesso e, segundo motoristas, na contramão, um Inquérito Policial o
indiciou por homicídio culposo.
O resultado do referido inquérito, que segundo os amigos da vítima “premia
o deputado pelo ato ilícito e não elucida nada”, foi motivo de críticas nas
redes sociais e entre pessoas que conheciam Ernani. “Se ele não fosse deputado,
com certeza teriam sido mais rigorosos nesse inquérito”, disse um amigo da
vítima.
“Tentaram culpar a vítima acusando-a de usar
drogas. Se demorasse mais um pouco, o Ernani seria condenado. Absurdo. O cara
em alta velocidade, com veículo oficial e na contramão tira a vida de uma
pessoa e ainda é indiciado por crime culposo. Ele assumiu o risco e tinha que
ser era preso”, finaliza o amigo.
Após a prisão do capitão deputado, o senador
Magno Malta, também do PL, divulgou vídeos nas redes sociais comentando a
prisão, criticando a medida. Ele disse que o partido está do lado do deputado. “Esse
tal Magno Malta é um câncer na política estadual e deveria ser preso junto com
o capitão”, disse um internauta.
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