Por *Elvécio
Andrade
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald
Trump, voltou a causar polêmica ao ameaçar os países do grupo BRICS (Brasil,
Rússia, Índia, China e África do Sul) com uma tarifa de 100% sobre produtos
exportados para seu país, caso substituam o dólar como moeda oficial no
comércio internacional.
Trump afirmou que qualquer país que ousar tomar
essa iniciativa "pode procurar outro otário" e deve se despedir dos
Estados Unidos. A declaração, repleta de termos agressivos e de demonstração de
insanidade mental, suscitou reações diversas e um debate sobre os impactos de
uma possível guerra comercial.
Quem seria o maior prejudicado
Caso o Brasil decida aderir a uma moeda
alternativa ao dólar no comércio internacional, os produtos brasileiros
exportados para os Estados Unidos, como café, lingotes de aço, minério in
natura e petróleo bruto, seriam alvo da tarifação proposta. No entanto, essa
medida também poderia gerar impactos adversos para os próprios EUA.
Por exemplo: Construção civil estadunidense ficaria
em risco pois lingotes de aço são insumos fundamentais para a construção civil
e uma elevação brusca em seu preço prejudicaria diretamente a economia estadunidense;
e a dependência energética, já que o petróleo bruto brasileiro é uma importante
fonte de energia para os Estados Unidos, e taxá-lo tornaria sua importação mais
cara, afetando setores industriais e consumidores estadunidenses.
Além disso, o Brasil poderia retaliar, sancionando
produtos industrializados importados dos EUA, como máquinas, veículos e
produtos eletrônicos. Isso abriria ainda mais espaço para a China, que já é o
maior parceiro comercial do Brasil, fortalecer sua posição no mercado
brasileiro e se tornar quase um fornecedor exclusivo de bens industrializados.
Bravata do velho louco é tiro no pé
Embora a retórica do velho louco Trump seja
agressiva, especialistas afirmam que tal medida seria prejudicial para os
próprios Estados Unidos. Diferentemente de produtos industrializados, que
enfrentam concorrência acirrada no mercado global, as commodities exportadas
pelo Brasil possuem alta demanda, o que garante alternativas de mercado para o
país. Por outro lado, os bens exportados pelos EUA perderiam competitividade no
Brasil caso fossem taxados, beneficiando diretamente os produtos chineses.
Além disso, uma guerra comercial desse porte
desafiaria a soberania dos países do BRICS, o que já provocou reações
contundentes de outros membros do bloco. Líderes internacionais consideraram as
ameaças de Trump como bravatas típicas de sua postura insana e afirmaram que,
na prática, elas seriam difíceis de implementar sem prejudicar ainda mais a
posição dos Estados Unidos no comércio global, que já não é nada boa.
Comemoração de bolsonaristas desinformados
Apesar do evidente desequilíbrio nas
consequências de uma eventual guerra comercial entre Brasil e Estados Unidos,
parte da base bolsonarista no Brasil celebrou as declarações do desequilibrado
Trump, ignorando os potenciais impactos negativos para os próprios Estados
Unidos e a realidade do comércio internacional. Muitos desconsideram o fato de
que, enquanto os EUA dependem de insumos estratégicos como petróleo e aço
brasileiro, o Brasil já possui na China um parceiro mais consolidado e
crescente, o que torna os Estados Unidos descartáveis.
As declarações de Trump refletem sua postura
combativa e protecionista, mas levantam questões sobre a viabilidade e os
impactos de uma possível escalada comercial entre os EUA e os países do BRICS.
Embora tais ameaças sejam vistas por muitos como mais um gesto retórico do lunático presidente eleito, elas reforçam a necessidade de diversificação econômica
e fortalecimento das relações entre os países do BRICS, que têm buscado
alternativas para diminuir sua dependência do dólar. No entanto, uma coisa é
certa: uma guerra comercial seria tão ou mais prejudicial para os Estados
Unidos quanto para os países que pretendem punir.
*Elvécio
Andrade é
radialista, jornalista, escritor e advogado especialista em direitos
Constitucional e Administrativo
Siga-nos no
Instagram: @colatinanews2019, no
Facebook: @sitecolatinanews, no
TikTok: @colatinanews e se inscreva no nosso
canal: @colatinanews4085!
Nenhum comentário:
Postar um comentário