O ativista Jonas da Silva Soprani, morto com vários tiros na noite de quarta-feira, 23, num bar no Bairro Novo Horizonte, em Linhares, no Norte do Espírito Santo, parecia saber que ia morrer. Tanto é que
gravou um vídeo avisando que se alguma coisa lhe acontecesse o responsável
seria um vereador da cidade.
No vídeo ele afirma que se alguma coisa lhe
acontecer, o responsável é o vereador Valdir Rodrigues Maciel (Podemos). “Se
alguma coisa acontecer comigo, foi o vereador Valdir Rodrigues Maciel que
mandou fazer, pois já vieram várias pessoas me ameaçar em nome dele”, afirmou o
ativista no vídeo.
Jonas Soprani, que era presidente do GADH
(Grupo de Apoio aos Direitos Humanos), era uma pedra no sapato dos políticos
corruptos e sua presa predileta era o atual prefeito Guerino Zanon, cuja
inelegibilidade foi causada em decorrência de uma denúncia sua feita ao
Ministério Público Federal.
A denúncia de irregularidade na execução de
um convênio do Município com a Funasa (Fundação Nacional da Saúde) foi
confirmada e Guerino condenado pelo TCU (Tribunal de Contas da União), tendo a sentença transitado em julgado. Em 2020 o MPE (Ministério Público Eleitoral) pediu a impugnação de sua candidatura à reeleição, mas mesmo inelegível, concorreu e se reelegeu.
No caso de Valdir Maciel,
Jonas Soprani o denunciou por compra de votos e ele teve o mandato cassado em
primeira instância e multado em R$ 54,7 mil. Como da sentença cabe recurso,
Valdir permanece no cargo. Além de Valdir, inúmeros outros políticos foram
denunciados pelo ativista em todo Estado.
A denúncia mais
recente de Jonas Soprani tinha como alvo a construção de uma Capela Mortuária
no Bairro Aviso, cujo valor de R$ 416 mil a ser gasto pelo Município em sua
construção, era considerado muito alto por ele. “A morte de Jonas certamente alivia
vários políticos dessa cidade”, disse um amigo dele.
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