Passado negro. MPES aponta Meneguelli envolvido em desvio de recursos da Ales em 2000

MPES menciona Meneguelli em desvios

Uma mancha negra do passado do deputado estadual Sérgio Meneguelli (Republicanos) volta à tona. Ele foi denunciado pelo Ministério Público por apropriação indevida de recursos públicos da Assembleia Legislativa do Espírito Santo no ano de 2.000. Sérgio foi vereador de 2005 a 2016 em Colatina, no Noroeste capixaba, depois prefeito de 2017 a 2020, e atualmente é deputado estdual.

A denúncia do Ministério Público teve como base documentos produzidos pelo Geti (Grupo Especial de Trabalho Investigativo) e o relatório final da Receita Federal, que identificou prejuízo de R$ 26.731.043,44 aos cofres da Assembleia Legislativa, com liberações irregulares de cheques e outras movimentações financeiras consideradas fraudulentas.

José Carlos Gratz, André Luiz Cruz Nogueira, subscritor de cheques da Ales e outros servidores beneficiados são alguns dos citados pelo MPES. Sérgio Meneguelli recebeu R$ 5 mil em maio de 2.000 por meio de cheque emitido pela Assembleia Legislativa e assinado por José Carlos Gratz e André Luiz Nogueira.

De acordo com o documento, o valor foi depositado na conta pessoal de Sérgio Meneguelli, na Caixa Econômica Federal, Agência número 14.111-8, tendo como requerente Damas de Caridade de Colatina, com data de emissão em 17/05/2000. O relatório concluiu que a verba apresentada como doação institucional, foi desviada para fins particulares.

Também foram denunciados, além de Sérgio Meneguelli, José Carlos Gratz e André Luiz, o ex-vereador Aerton Vilela dos Santos, que aparece nos autos como beneficiário de R$ 15 mil em março de 2000, Jorge Cardozo Bechara, dentre outros. Já o casal Bechara recebeu R$ 5.100,00 entre setembro de 2001 e maio de 2002, segundo o Ministério Público.

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A denúncia do Ministério Público, que descreveu a conduta dos denunciados como apropriação indevida de recursos públicos por meio de uso de cheques oficiais com destinação considerada fraudulenta, foi recebida pela Justiça com base nas apurações da Receita Federal e na tramitação interna de processos administrativos da Assembleia Legislativa e está tramitando na 8ª Vara Criminal de Vitória.

Em dezembro de 2019, durante um bate-boca entre Sérgio Meneguelli, então prefeito, e o vereador na época, Renan Bragatto, por causa de uma CPI dos Transportes pedida pelo então prefeito que citou o vereador, Bragatto não deixou por menos e lembrou que Sérgio Meneguelli “faz parte de uma organização criminosa” chefiada pelo ex-presidente da Assembleia Legislativa,José Carlos Gratz.

A notícia foi divulgada na época pelo Colatina News e teve grande repercussão. Na ocasião Sérgio Meneguelli, ao se defender, afirmou que não sabia do depósito, mas não explicou como o dinheiro foi parar em sua conta e porque não o devolveu. Meneguelli afirmou ainda que tinha sido inocentado e que o processo já tinha transitado em julgado, o que não é verdade, pois continua tramitando.

Com o retorno do processo à tona, o deputado Sérgio Meneguelli postou um vídeo nas redes sociais tentando se defender, afirmando que as acusações são mentirosas e que têm cunho eleitoral, porque, segundo ele, está bem colocado nas pesquisas para o Senado Federal nas eleições previstas para o ano de 2026.

Assim como ocorreu da primeira vez, quando ele se defendeu ao ser acusado por então vereador Renan Bragatto de ter feito parte da maior organização criminosa do Espírito Santo, Sérgio Meneguelli não convenceu ninguém e tenta dizer que não existe algo que está devidamente documentado e tramitando.